Castelo do Neiva
Cidades, Vilas e Aldeias
Situada a aproximadamente, 12 Km da Cidade de Viana do Castelo, no extremo sul do Concelho do mesmo nome, ao qual pertence, a Freguesia de Castelo do Neiva, que ocupa uma área de cerca de 764 ha, tem os seus limites estabelecidos na seguinte ordem: A Norte, encontra-se a Freguesia de Chafé. A Sul, tem-se o rio Neiva, com a Freguesia de Antas, do Concelho de Esposende, na outra margem. A Nascente, está a Freguesia de Neiva, conhecida "popularmente" como S. Romão do Neiva. A Poente, confronta com o Oceano Atlântico.
Os seus principais lugares são Areia, Junqueira, Santiago, Capela, Moldes, Sendim de Cima e Sendim de Baixo.
Como se compreende, o rio Neiva, que entrega as suas águas ao Oceano Atlântico, aqui em Castelo do Neiva, muito contribui, em parceria com o mar, para o engrandecimento desta freguesia, assim, não é por acaso que faz um dos seus topónimos, "do Neiva", o outro tem a sua raiz, como veremos mais adiante, no seu antigo, mas já desaparecido, "Castelo".
Portanto, estes dois santuários naturais, o rio e o mar, interferem, positivamente, na forma de vida da sua população. Isto porque, a componente turística se sobressai, em razão das suas potencialidades.
Daí, que a classe piscatória tenha, também, muita importância na economia local. Seja pelos aspectos turísticos promovidos pela sua faina, ou pela gastronomia local que com os seus produtos enriquecem.
Esta, é uma terra muito antiga, e a comprovar essa ligação ancestral, anterior à Idade do Ferro, tem-se o facto de se ter encontrado, no Lugar de Gândara, uma Mamoa, que era um monumento megalítico utilizado para se depositarem os mortos. Refira-se que, junto à capela da Senhora das Oliveiras, se encontrou uma necrópole, e que durante as obras na Igreja Paroquial se descobriu uma Arco Votivo.
De enorme importância, também, para Castelo do Neiva, é o Monte do Castelo, onde no seu cimo existiu um importante castelo medieval que foi cabeça da Terra de Neiva. Foi conquistado por Nuno Álvares Pereira, aquando da crise de 1383-1385. Desfez-se depois. Dele se vêem apenas os alicerces da sua torre de menagem e alguns pedaços do muro da cerca.
Neste monte houve também um extenso povoado castrejo.
Acerca do Castro e Castelo do Monte da Guilheta, transcrevemos, na íntegra, um texto do Dr. António da Cunha Leal, publicado no livro “ Viana do Castelo, o Minho na Alma”, da Anégia Editores, obra que contou com o honroso prefácio do Dr. Defensor Oliveira Moura: «Este povoado fortificado insere-se no contexto da chamada "cultura castreja", que caracterizou o Noroeste Peninsular durante a Idade do Ferro. Embora os vestígios conhecidos revelem uma fortíssima romanização, a redondez das estruturas habitacionais bem como algumas das formas e pastas dos vestígios cerâmicos, são a prova material da sua origem “castreja”. Nos trabalhos arqueológicos já efectuados, dirigidos pelos Drs. Eduardo Jorge Lopes da Silva e José Augusto Maia Marques, aparecem variados vestígios romanos, nomeadamente cerâmicas de importação (ânforas e terra sigilata).
Os capacetes e copos de bronze aparecidos com as terraplanagens para a construção de uma casa no sopé do povoado, bem como algumas moedas da época do Imperador Augusto, sugerem que terá sido por volta da mudança da Era, entre o século I a.C. e o século I d.C., que o povoado conheceu o seu apogeu, não se sabendo, contudo, a data precisa do fim da ocupação romana do local.
Na Idade Média, foi o local escolhido para a instalação de um castelo roqueiro, que com o tempo foi ganhando foros de primazia na região, assumindo-se como "cabeça" da Terra de Neiva.
Importante na acção da reconquista, numa região frequentemente assolada pela pirataria e pelas incursões árabes, o Castelo de Neíva teve um papel relevante na preparação da batalha de S. Mamede (1128), momento crucial para o processo de independência de Portugal. A reorganização administrativa dos finais do século XIV, bem como o facto de ter sido uma das fortalezas minhotas que "levantou voz" por D. Beatriz contra o Mestre de Avíz, futuro rei D. João I, foram os principais responsáveis pelo progressivo declínio do castelo, até à sua total desactivação, já na primeira metade do século XV.
Os materiais arqueológicos provenientes desta estação, encontram-se expostos numa das salas do edifício da Junta de Freguesia de Castelo do Neiva".»
Ainda, acerca da história desta freguesia, no livro "Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo" colhe-se a seguinte informação transcrita, aqui, tal como lá se encontra: «Denominou-se outrora Neiva ou Castelo. Esta freguesia da Ribeira Neiva formou, juntamente com a de São Romão, a vila que, no tempo de D. João I, se chamava Aguiar de Neiva.
Pertenceu ao padroado real, passando mais tarde a abadia da apresentação dos arcebispos de Braga, por troca confirmada pelo rei D. Dinis, em 1307.
E citada nas Inquirições afonsinas, de 1220 e 1258, tendo por padroeiro Santiago.
Em 1290, nas primeiras Inquirições de D. Dinis, figura com categoria de freguesia, no julgado de Neiva.
Na taxação das igrejas a que se procedeu em 1320, Santiago de Neiva foi tabelada em 120 libras.
No registo da cobrança das "colheitas" dos benefícios eclesiásticos do arcebispado de Braga, efectuado por D. Jorge da Costa, entre 1489 e 1493, tinha de rendimento 20 libras, o correspondente a 520 réis, em dinheiro com "morturas" e 26 réis de dízimas de searas.
Américo Costa descreve esta freguesia, que diz ter-se denominado, primeiro, Santiago de Neiva e, só mais tarde, Castelo do Neiva, como abadia da apresentação do Ordinário.
Administrativamente, e por ter sido sempre da Terra de Neiva, passou a fazer parte do termo e concelho de Barcelos, até aos começos do século XIX, altura em que passou ao concelho de Viana do Castelo.»
Os seus principais lugares são Areia, Junqueira, Santiago, Capela, Moldes, Sendim de Cima e Sendim de Baixo.
Como se compreende, o rio Neiva, que entrega as suas águas ao Oceano Atlântico, aqui em Castelo do Neiva, muito contribui, em parceria com o mar, para o engrandecimento desta freguesia, assim, não é por acaso que faz um dos seus topónimos, "do Neiva", o outro tem a sua raiz, como veremos mais adiante, no seu antigo, mas já desaparecido, "Castelo".
Portanto, estes dois santuários naturais, o rio e o mar, interferem, positivamente, na forma de vida da sua população. Isto porque, a componente turística se sobressai, em razão das suas potencialidades.
Daí, que a classe piscatória tenha, também, muita importância na economia local. Seja pelos aspectos turísticos promovidos pela sua faina, ou pela gastronomia local que com os seus produtos enriquecem.
Esta, é uma terra muito antiga, e a comprovar essa ligação ancestral, anterior à Idade do Ferro, tem-se o facto de se ter encontrado, no Lugar de Gândara, uma Mamoa, que era um monumento megalítico utilizado para se depositarem os mortos. Refira-se que, junto à capela da Senhora das Oliveiras, se encontrou uma necrópole, e que durante as obras na Igreja Paroquial se descobriu uma Arco Votivo.
De enorme importância, também, para Castelo do Neiva, é o Monte do Castelo, onde no seu cimo existiu um importante castelo medieval que foi cabeça da Terra de Neiva. Foi conquistado por Nuno Álvares Pereira, aquando da crise de 1383-1385. Desfez-se depois. Dele se vêem apenas os alicerces da sua torre de menagem e alguns pedaços do muro da cerca.
Neste monte houve também um extenso povoado castrejo.
Acerca do Castro e Castelo do Monte da Guilheta, transcrevemos, na íntegra, um texto do Dr. António da Cunha Leal, publicado no livro “ Viana do Castelo, o Minho na Alma”, da Anégia Editores, obra que contou com o honroso prefácio do Dr. Defensor Oliveira Moura: «Este povoado fortificado insere-se no contexto da chamada "cultura castreja", que caracterizou o Noroeste Peninsular durante a Idade do Ferro. Embora os vestígios conhecidos revelem uma fortíssima romanização, a redondez das estruturas habitacionais bem como algumas das formas e pastas dos vestígios cerâmicos, são a prova material da sua origem “castreja”. Nos trabalhos arqueológicos já efectuados, dirigidos pelos Drs. Eduardo Jorge Lopes da Silva e José Augusto Maia Marques, aparecem variados vestígios romanos, nomeadamente cerâmicas de importação (ânforas e terra sigilata).
Os capacetes e copos de bronze aparecidos com as terraplanagens para a construção de uma casa no sopé do povoado, bem como algumas moedas da época do Imperador Augusto, sugerem que terá sido por volta da mudança da Era, entre o século I a.C. e o século I d.C., que o povoado conheceu o seu apogeu, não se sabendo, contudo, a data precisa do fim da ocupação romana do local.
Na Idade Média, foi o local escolhido para a instalação de um castelo roqueiro, que com o tempo foi ganhando foros de primazia na região, assumindo-se como "cabeça" da Terra de Neiva.
Importante na acção da reconquista, numa região frequentemente assolada pela pirataria e pelas incursões árabes, o Castelo de Neíva teve um papel relevante na preparação da batalha de S. Mamede (1128), momento crucial para o processo de independência de Portugal. A reorganização administrativa dos finais do século XIV, bem como o facto de ter sido uma das fortalezas minhotas que "levantou voz" por D. Beatriz contra o Mestre de Avíz, futuro rei D. João I, foram os principais responsáveis pelo progressivo declínio do castelo, até à sua total desactivação, já na primeira metade do século XV.
Os materiais arqueológicos provenientes desta estação, encontram-se expostos numa das salas do edifício da Junta de Freguesia de Castelo do Neiva".»
Ainda, acerca da história desta freguesia, no livro "Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo" colhe-se a seguinte informação transcrita, aqui, tal como lá se encontra: «Denominou-se outrora Neiva ou Castelo. Esta freguesia da Ribeira Neiva formou, juntamente com a de São Romão, a vila que, no tempo de D. João I, se chamava Aguiar de Neiva.
Pertenceu ao padroado real, passando mais tarde a abadia da apresentação dos arcebispos de Braga, por troca confirmada pelo rei D. Dinis, em 1307.
E citada nas Inquirições afonsinas, de 1220 e 1258, tendo por padroeiro Santiago.
Em 1290, nas primeiras Inquirições de D. Dinis, figura com categoria de freguesia, no julgado de Neiva.
Na taxação das igrejas a que se procedeu em 1320, Santiago de Neiva foi tabelada em 120 libras.
No registo da cobrança das "colheitas" dos benefícios eclesiásticos do arcebispado de Braga, efectuado por D. Jorge da Costa, entre 1489 e 1493, tinha de rendimento 20 libras, o correspondente a 520 réis, em dinheiro com "morturas" e 26 réis de dízimas de searas.
Américo Costa descreve esta freguesia, que diz ter-se denominado, primeiro, Santiago de Neiva e, só mais tarde, Castelo do Neiva, como abadia da apresentação do Ordinário.
Administrativamente, e por ter sido sempre da Terra de Neiva, passou a fazer parte do termo e concelho de Barcelos, até aos começos do século XIX, altura em que passou ao concelho de Viana do Castelo.»